quarta-feira, 9 de março de 2016

O massacre de Jonestown: O fanatismo religioso na sua forma mais cruel

Olá,psicodélicos!

Hoje vou falar sobre um acontecimento que eu acredito que muito de vocês conheçam, ou ao menos já ouviram falar. Trata-se do "Massacre de Jonestown". Antes de chegarmos ao ponto desse terrível acontecimento,temos que saber quem foi o responsável por tamanha atrocidade.


*Jim Jones*

Jim Jones, nascido James Warren Jones, em 13 de Maio de 1931 no Condado de Randolph,estado de Indiana,Estados Unidos,cresceu durante o período da Grande Depressão. Ainda em sua infância, já demonstrava inclinações religiosas e durante a juventude, grande interesse em questões políticas e sociais. Em 1952, tornou-se estudante em um seminário metodista, do qual foi expulso por defender a integração racial, e trabalhou algum tempo junto aos batistas do Sétimo Dia. Em 1954, Jones criou a sua própria igreja em uma área da cidade racialmente integrada. Em 1959 recebeu seu nome definitivo: Peoples Temple Christian Church Full Gospel (Templo dos Povos: Igreja Cristã do Evangelho Pleno). 


*Família Arco-Íris*
Jim e sua esposa Marcelline adotaram uma nativa americana, três orfãos de guerra coreanos e um afro-americano, incentivando outras famílias membros da igreja a adotarem crianças de raças diferentes,que ficou conhecido como "Rainbow Family" (família arco-íris).




*Expansão da seita*

"Com seu trabalho estabelecido em Indianápolis, Jim Jones começou a buscar novas áreas para a expansão de sua seita.
Em 1959, Jim Jones viajou a Cuba após a derrubada do regime de Batista, mas sua tentativa de trazer afro-cubanos para Indiana resultou em fracasso. Em 1961, após prever um ataque nuclear iminente, Jim Jones transferiu-se com sua família para o Brasil, mais precisamente em Belo Horizonte em uma casa localizada na Rua Marabá nº203, no bairro Santo Antônio, com a ideia de estabelecer um novo local para o Templo. sem sucesso. Nesta época passou a lecionar inglês num importante estabelecimento de ensino dedicado ao ensino deste idioma - e até hoje muito prestigioso - localizado numa área nobre de Belo Horizonte. Já nessa época, talvez em virtude de seu espírito rebelde, ele se insurgia contra o sistema de franquia (a escola era franqueada) e propunha aos colegas professores fundar uma nova escola usando a mesma metodologia da franquia. Transferiu-se em 1963 para o Rio de Janeiro, onde estudou a situação social das favelas cariocas e a mentalidade religiosa local.
Mas a necessidade de resolver conflitos internos na igreja em Indiana forçou Jones a retornar aos Estados Unidos (1965), passando no caminho de retorno pela então colônia britânica da Guiana."
                            (fonte: Wikipedia)


No final dos anos 60, Jones começou a expandir o Templo dos Povos para além de Indianápolis. Em 1970 já haviam filiais do Templo em Los Angeles e San Francisco. Aliás,o templo dos povos antingiu o seu auge, em Meados dos anos 70. Realmente, o reverendo Jones era muito conhecido. Vocês devem estar se perguntando; mas o que há de mal em um homem que pregava a palavra de Deus, lutava pelas causas das minorias, defendia a integração racial? Se olharmos por esse lado, realmente, Jones poderia ser considerado um homem virtuoso. Porém, como em tudo que acontece na vida, sempre há o outro lado da moeda. 


*Jonestown*
"Após denúncias motivadas pela deserção de oito jovens membros da igreja em 1973, o grupo dirigente do Templo se fechou em torno de Jones e sua liderança pessoal. A partir de então, relatos de ex-membros registram planos e simulações de suicídio coletivo.
Em 1974, o Templo arrendou uma gleba de terra na Guiana, junto à localidade de Port Kaituma, próximo à fronteira com a Venezuela. Ali Jones, com sua família, pretendia erguer o “Projeto Agrícola” do Templo dos Povos, formando a comunidade informalmente denominada de Jonestown. Os primeiros 50 residentes, transferidos da igreja em San Francisco, chegaram em 1977. No ano seguinte, já eram mais de 900 (dos quais 68% eram afro-americanos). Ao mesmo tempo em que o fisco público fechava o cerco contra a isenção de impostos usufruída pelo Templo, Jones se referia de forma hostil ao governo dos Estados Unidos como o Anticristo, em rápida marcha em direção ao fascismo, e ao capitalismo como o regime econômico do Anticristo.
Além disso, pesaram contra Jones acusações de sequestro de crianças de ex-integrantes que tinham abandonado o Templo. O próprio Jones foi acusado de manter sob sua custódia John Victor Stoen, filho biológico de Timothy Stoen, que deixara o Templo em 1977. Stoen apelou ao congressista democrata Leo Ryan, para apelar pela custódia do filho junto ao presidente guianense Forbes Burnham. Em novembro de 1978, o Congresso dos Estados Unidos autorizou uma viagem de Leo Ryan para a Guiana (com a assistência de repórteres da NBC, para investigar as acusações de sequestro movidas contra Jones, bem como informações de que os membros da comunidade em Jonestown viviam miseravelmente.
Outras denúncias incluíam: 
1) ameaças físicas e morais e mentais diretamente aos membros da seita, separados de qualquer contato com suas famílias; 2) tortura psicológica, com privação de sono e de alimentos; 3) exigência de entrega de propriedades e 25% da renda de cada membro da seita; 4) interferências de Jones na escolha do casamento e na vida sexual dos casais; 5) isolamento das crianças em relação aos seus pais; 6) campanha constante junto à mídia para dar uma impressão favorável e boa a Jones e ao Templo.
Ryan e sua comitiva foram recebidos calorosamente em Jonestown, em 17 de novembro de 1978, o que gerou um comentário positivo do congressista a respeito das condições de vida na comunidade isolada na floresta.
Porém, no dia seguinte, a deserção de alguns membros da comunidade (que quiseram se reunir ao retorno da comitiva) criou um clima de tensão no local. Jones concordou com a saída, denunciando os desertores como traidores, e à tarde, Ryan foi atingido por um ataque desferido com faca e teve que apressar a retirada de Jonestown. Ao chegar à pista de pouso do Port Kaituma, o avião que deveria levar Leo Ryan e sua comitiva foi alvejado pela guarda que fazia a segurança de Jim Jones. Ryan, três repórteres e uma ex-integrante do culto foram mortos. Foi a única vez em que um congressista dos Estados Unidos foi assassinado no cumprimento do dever."
                                (Fonte: Wikipedia)


*A tragédia -  Suicídio em massa*

Em 18 de novembro de 1978, após a notícia da morte de Ryan, Jones enfim colocou em prática algo que já havia treinado anteriormente; o suícidio em massa de toda a comunidade de Jonestown. Os membros da comunidade foram induzidos a beber um composto líquido (na forma de suco de sabor uva), contendo cianeto de potássio e substâncias sedativas. O total de mortos chegou a 918, incluindo crianças.

Jones foi encontrado morto com um tiro na cabeça. 


Todos esses acontecimentos tiveram grande repercussão não apenas nos Estados Unidos, mas, no mundo todo.


O meu ponto de vista é que, apesar de inicialmente as ideias de Jones serem interessantes e revolucionárias para a época (estamos falando de um EUA extremamente racista), algo se perdeu no meio do caminho. Ele próprio começou a se tornar radical e assim como muitos religiosos dos tempos modernos, fazer lavagem cerebral nos fiéis, muitos dos quais, infelizmente, são humildes e não tem instrução alguma. A mídia contribui bastante para ocultar o lado negro de Jones,como por exemplo,que ele era usuário de drogas e os abusos (no sentido psicológico) que ocorriam no Templo. Um exemplo claro de como o fanatismo (nesse caso, religioso) pode distorcer algo que inicialmente era bom e transformá-lo em algo nocivo.





Vou deixar três vídeos muito legais aqui.


O primeiro, é do canal Acervo Maldito - Lendas Urbanas, que eu sou muito fã. Nesse vídeo, o Massacre de Jonestown é relatado de forma completa.




O segundo é um vídeo da banda de heavy metal Manowar, que compôs uma música baseada nos fatos ocorridos na Guiana. O  nome da música é Guyana (Cult of the Damned).





E o terceiro é um vídeo da cantora Lana del Rey.  O clipe de 11 minutos é totalmente baseado na noite branca (a noite do Massacre).





Espero que tenham gostado, beijos da tia Violet pra vocês!

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